22/11/10

9ªAULA - COESÃO e COERÊNCIA TEXTUAL

COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL




O texto é uma unidade de comunicação (oral ou escrita) que deve obedecer, na sua construção, a um conjunto de regras que, articulando-se entre si, dão sentido ao discurso coerência e a coesão, a continuidade e a progressão são os princípios básicos de estruturação de um texto.

1- COESÃO é estabelecida pelos mecanismos linguísticos que permitem uma relação sequencial entre os elementos de um texto, nomeadamente processos lexicais e gramaticais. Um texto é coeso quando os diversos segmentos que o compõem se ligam entre si, retomando-se elementos linguísticos e semânticos antecedentes.



A- COESÃO FRÁSICA: consegue-se pela unidade entre vários elementos que constituem a frase, através dos seguintes mecanismos:

 Ordem das palavras (ordem directa – Sujeito + Verbo + Complementos)
 Concordância em género e número
 Princípio da regência

B- COESÃO INTERFRÁSICA: reside na articulação de frases complexas dentro dos parágrafos e destes entre si, através dos seguintes processos:

 Coordenação
 Subordinação
 Conectores / articuladores

C- COESÃO TEMPORAL: é conferida pela sequencialização dos enunciados de acordo com uma lógica temporal, através dos mecanismos que se seguem:

 Palavras/ expressões sequencializadoras
 Advérbios / expressões preposicionais com valor temporal
 Correlação entre tempos verbais

D- COESÃO REFERENCIAL: faz-se com recurso a termos ou expressões que se relacionam com a situação da enunciação, que retomam o discurso anterior ou que preparam o que se segue, através dos seguintes mecanismos:

Anáfora( Em casa havia um tambor. Tinham-lho oferecido pelo Natal, Mas o garoto não soubera regrar o entusiasmo(…) – lhe (o garoto) + o (um tambor) – Dizemos , neste caso que estamos perante uma anáfora por pronominalização, já que o pronome (o) substitui o nome (um tambor) que o precede

Catáfora ( Em casa havia um tambor. Tinham-lho oferecido pelo Natal, Mas o garoto não soubera regrar o entusiasmo(…) – lhe (o garoto) + o (um tambor) –Simultaneamente, encontramos uma catáfora já que o pronome (lhe) antecede o nome ( garoto)

Co-referência não anafórica : duas palavras ou expressões que remetem para o mesmo referente : 25 de Abril/Dia da Liberdade

E- COESÃO LEXICAL: processo que assegura a relação co-referencial entre expressões linguísticas presentes num texto. Este processo é assegurado por:

SUBSTITUIÇÃO

 Antónimo / sinónimo ( dizer o contrário – antónimo ou dizer o mesmo – sinónimo)

 Hiperónimo / hipónimo (Dentro de uma classe – ex animal (hiperónimo) existe uma subclasse – ex coelho (hipónimo))

 Holónimo / merónimo ( uma parte – merónimo – de um todo –holónimo)

 Elipse (supressão voluntária de alguns pronomes ou verbos que no contexto são perfeitamente identificáveis)

 Perífrase (retomar uma expressão de uma forma mais alongada e descritiva – explicação do termo Live Aid – Ex: Em 1985, Bob Geldof criou o Live Aid, uma série inovadora de concertos de rock que recolheu 200 milhões de dólares para combater o flagelo da fome em África)

REITERAÇÃO (repetição de palavras ou grupo de palavras)



2- COERÊNCIA: é a conexão que se estabelece dentro de um texto entre as diferentes partes e ideias de maneira a que a informação seja apresentada com ordem, precisão e segundo uma determinada estrutura.
COERÊNCIA SEMÂNTICA: remete-nos para uma continuidade e lógica entre os significados dos elementos das frases. Por exemplo, é incoerente dizer: Está muito frio, vou regular a temperatura do ar condicionado para 15º.

COERÊNCIA SINTÁCTICA: utilização correcta dos conectores, dos pronomes, de expressões de ligação, conjunções etc. Por exemplo, é incoerente dizer : Estava muito constipado e foi para a neve. Em vez de: estava muito doente, ainda assim, foi para a neve.

COERÊNCIA ESTILÍSTICA: utilização de um único registo de língua. Pode haver uma mistura de dois ou mais registos sem que haja incoerência, por exemplo entre o registo popular e o registo corrente, mas apenas em situações particulares como num diálogo (registo popular) e um comentário do narrador (registo corrente) ex: -Vou pirar-me daqui e bem depressinha! – diz o João para o António. E o João desapareceu sem que o António desse por isso.

COERÊNCIA PRAGMÁTICA: resulta na utilização do mesmo acto de fala entre os diferentes interlocutores. A incoerência existirá quando os interlocutores não se entenderem. Exemplo:

Diz um coxo para um cego:
- Eu hoje tive de ir a correr, sem bengala, para apanhar o autocarro.
Responde o cego:
- Pois eu já só vi a traseira do autocarro quando virou a esquina.






02/11/10

8ª AULA - FRASES FINITAS E NÃO FINITAS

Frase Finita:
frase (oração) cujo grupo verbal contém uma forma verbal finita, seja ela de um verbo principal, copulativo ou auxiliar. Consideram-se formas finitas do verbo todas as formas verbais,  as formas de infinitivo (flexionado ou não flexionado), gerúndio e particípio.


EXEMPLOS:

1) O professor corrigiu todas as provas.
2) A Joana tem imensos livros
3) Os alunos continuam aplicados

Frase não Finita:
Frase (oração) cujo grupo verbal tem como núcleo uma forma verbal não finita, seja ela de um verbo principal, copulativo ou auxiliar. Consideram-se formas não finitas do verbo as formas de infinitivo (flexionado ou não flexionado), gerúndio e particípio. As frases não finitas podem ser infinitivas gerundivas ou participiais.

EXEMPLOS:

Infinitiva : Eles foram premiados por terem tido boas .

Gerundiva : Chegando o Inverno, vou para a neve

Participial : Acabado o trabalho, vou para casa