12/04/11

14º AULA - OFICINA DE ESCRITA






ALGUMAS PALAVRAS SOLTAS SOBRE...O MEU ESPAÇO FAVORITO









Meu querido...


Gosto quando o silêncio reina em ti.
Gosto quando estou sentada no teu chão a reflectir, e sinto que me compreendes sem eu falar, sem tu me perguntares o porquê ou o que aconteceu. Meu querido quarto, eu sei que és o único que me acolhe nas noites frias de Inverno, nas longas noites de leitura. Simplesmente, acompanhas - me em tudo.
Aguentas os meus berros quando tento cantar, o meu choro quando me desespero, as minhas birras quando sou infantil. Por tudo isto obrigada.
Por tudo isto és o sitio, o amigo, o colega, o Homem com quem me sinto melhor, seja
sentada no teu sofá, ou na cama que tens no teu centro, és aquele com quem
partilho tudo e por isso não tenho vergonha de nada.

Sinto - me realmente feliz e livre.Não me imagino sem ti: querido quarto, para sempre meu.

                                                                         Ana Margarida , 10º G

Um ponto de abrigo


Se há lugar que me faz sentir feliz é este, que me faz sentir completa.Hoje, estou aqui sentada, a escrever. Recordo-me que já chorei tanto e já falei sozinha porque necessitava de respostas para a vida! Aqui, já passei momentos, que hoje me fazem ser quem sou,
me tornaram uma pessoa melhor.Levarei este espaço guardado no meu interior para sempre e para qualquer parte do mundo.Sinto-me bem, quando aqui chego. Mais que um ponto de abrigo, para mim e, certamente, para outros, é um lugar especial! Consigo pensar, tomar decisões, aqui cresço a cada segundo. Este cheiro que preciso, este som que me invade,
é tudo o que necessito para me sentir segura. Assim estou protegida de tudo e todos!
Pode ser para a maior parte das pessoas apenas um lugar de lazer, mas para mim é muito mais do que isso ! É um lugar para pensar, reflectir e  passar bons momentos com quem nos merece. É o lugar onde , quando me confronto com grandes problemas, quando estou feliz e preciso de agradecer, venho. Aqui encontro esperança e é aqui que falei há pouco de Ti. Com tudo o que me tens feito percebo que o que aconteceu foi importante,já mais esquecido,
mas hoje despeço-me de ti. Agora e aqui,  digo-te que foi verdadeiro e inesquecível mas acabou.



Este é o lugar onde  voltarei sempre, a PRAIA.

Cátia Ferreira, 10º G















O QUE NUNCA FOI DITO


Relembro agora todo o passado. Olho para o corredor, por onde entravas e saías a toda a hora...
Sinto a ausência, ausência de ti e de tudo que dizias, quando àquele quarto chegava de madrugada. Lembro o sussurrar dos passarinhos e o murmurar das águas da fonte. Era ainda muito cedo.
A saudade aumenta e a dor permanece. Fomos felizes juntas, eu e tu num corredor, num quarto, numa casa... De madrugada. O sentimento enriquece-me,
porém já nada é o que era. Tu partiste e eu nunca mais naquele quarto entrei, nem no corredor passei. A verdade é o que está ainda por dizer. Acordar bem cedo fazia parte da rotina. Ver-te estava integrado no meu dia-a-dia... O que é feito do nós e das nossas manhãs naquela casa  fria e para sempre recordada? Eu não sei, mas sei que tudo sei Em relação a saber que te amo. Faço das minhas palavras a minha chegada de manhã que tão bem recebias e desejavas... Para que nunca te esqueças, sente o que por mim foi escrito,
eu amo-te, este é o veredicto.

            Sabrina Salazar, 10º G


















 





























10/01/11

13ª AULA - Corrente tradicional e renascentista em Camões

Na lírica camoniana coexiste a poética tradicional e o estilo renascentista.


Características da corrente tradicional

• As formas poéticas tradicionais: cantigas, vilancetes, esparsas, endechas, trovas...
• Uso da medida velha: redondilha menor e maior.
• Temas tradicionais e populares; a menina que vai à fonte; o verde dos campos e dos olhos; o amor simples e natural; a saudade e o sofrimento; a dor e a mágoa; o ambiente cortesão com as suas “cousas de folgar” e as futilidades; a exaltação da beleza de uma mulher de condição servil, de olhos pretos e tez morena (a “Barbara, escrava”); a infelicidade presente e a felicidade passada.

Características da corrente renascentista

• O estilo novo: soneto, canção, écloga, ode, entre outros.
• Medida nova: decassílabos.
• O amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano;
• A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à Natureza (“locus amenus”), oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza interior), representado pelo modelo de Laura e o modelo renascentista de Vénus.

Um dos temas mais ricos da lírica de Camões é o Amor, ora visto como ideia (platonismo), ora como manifestação de carnalidade. Nesse Amor como ideia ou essência, nota-se uma nítida influência da poesia de Petrarca e Dante, sendo a mulher amada retratada de forma ideal, como um ser superior e perfeito.

Noutros momentos, talvez em função de sua vida atribulada, Camões não canta o amor espiritualizado, mas um amor terreno, carnal, erótico. Pela impossibilidade de obter uma síntese desses dois amores, nota-se, às vezes, o uso abusivo de antíteses.

O desconcerto do mundo foi um dos temas que mais preocuparam Camões, manifestando-se em poemas sobre as injustiças, a recompensa aos maus e o castigo aos bons; sobre a ambição e a inútil tentativa de acumular bens que acabam no nada da morte; sobre os sofrimentos constantes que aniquilam prováveis conquistas; enfim, sobre o conflito violento entre o ser e o dever ser.

Convocando saber, experiência, imaginação, memória, razão e sensibilidade, o autor sondava o sombrio mundo do Eu, da mulher, da pátria, da vida e de Deus. O poeta mergulhou num verdadeiro labirinto de "escavação" do Eu, marcado por estágios de angústia crescente.

12º AULA - RENASCIMENTO

Foi um movimento cultural que, articulado com factores sociais, económicos, políticos e religiosos,  criou uma profunda dinâmica na Europa. O berço deste movimento foi em Itália.


 Época em que o saber resulta do estudo conjugado com a experiência e, por isso, um tempo em que se lançam as bases do conhecimento científico. Denomina-se Renascimento em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da Antiguidade Clássica.

Os Descobrimentos Portugueses ocupam o lugar cimeiro de entre as muitas descobertas que o Homem realizou, pois para além de novas terras, novos povos, plantas e animais, acima de tudo desenharam um novo mapa do mundo.

A mentalidade medieval teocêntrica, que colocava Deus no centro da vida e da reflexão humana deu lugar a uma mentalidade antropocêntrica que confere ao Homem o papel de sujeito e de agente de mudança. O Humanista acredita em si, no seu saber e na sua experiência.

O Homem do Renascimento acredita em si mesmo e na sua realização terrena, pois o Homem realiza-se na obra.

As qualidades mais valorizadas passaram a ser a inteligência, o saber e o mérito, veículos para a realização de obras para a posteridade “ O Homem é a medida de todas as coisas.”

Alguns artistas do renascimento que se destacaram para além da literatura foram Leonardo Da Vinci, Rafael e Miguel Ângelo.